1º Treinamento em MOE no Ringsfield Hall

De 04 a 06 de novembro de 2011 tive o prazer de participar do treinamento realizado pelo Time Nacional do MOE (Mantle of the Expert), metodologia na qual venho me aperfeiçoando para poder disseminá-la no Brasil. Quanta coisa boa. Simplesmente pude estar em meio a diretores e professores de escolas de diferentes partes da Inglaterra (Birmingham, Essex, Manchester e outros lugares). Muitos deles tinham dúvidas ainda básicas sobre como aplicar o MoE na sala de aula, como iniciar uma sessão, como saber se houve ou não sucesso, e outras questões do gênero. Eu já tinha a maioria das respostas bem claras na minha cabeça pelo fato de estar acompanhando desde o início do ano Luke Abbott (componente principal do Time Nacional) em diferentes escolas em ação com diferentes idades. Além disso pude conversar com a criadora da metodologia, Dorothy Heathcote (In Memorian) 3 meses antes de sua partida. Tais dúvidas foram meu foco anteriormente, e tentando esclarecê-las, escrevi minha dissertação de mestrado, já pensando em como o MoE poderia ser aplicado no Brasil.

 
Ainda assim, o treinamento foi bastante importante para me ajudar a fixar o quanto MoE é flexível e adaptável. De fato, cada professor termina por desenvolver sua própria forma de utilizar a metodologia. Eu queria muito conseguir explicar aqui como é que o MOE funciona, mas é realmente muito difícil colocar no “papel”. Ainda assim, seguem aqui alguns importantes passos:
 
Sistematização de uma Sessão de MOE
1- Planejamento
            -Seleção do tema curricular a ser trabalhado
           – O Princípio do Dendrito (conexões livres com um tema pertencente ao currículo)
           – A criação de um empreendimento fictício no qual os alunos “trabalharão” como especialistas
           – A criação de um cenário ou situação na qual a ação será aplicada
          – A criação de um cliente também fictício que irá propor tarefas no decorrer da sessão de MOE. Tais tarefas podem ser pré-planejadas pelo professor, mas devem ser passíveis de modificações.
2- Ação
            -Proposição do empreendimento: é neste momento que o professor deve saber qual a linguagem adequada a ser utilizada, como propor o empreendimento de maneira a fazer os alunos se interessarem e, consequentemente se engajarem, como manter o conteúdo curricular em desenvolvimento e, acima de tudo, o professor deve estar atento a novas possibilidades que surgirão para se introduzir outras temáticas relevantes ao currículo.
3- Avaliação
            -Para se avaliar uma sessão de MOE, o professor deve, além de procurar saber a opinião dos alunos, estar atento às mudanças que se darão gradualmente no aprendizado de seus alunos.
 
Para uma compreensão mais aprofundada de como tal metodologia é necessário treinamento teórico e prático. Porém, a obra de Heathcote não foi ainda traduzida para o português.

Quem sabe em breve não aparece alguma editora disposta a traduzir a obra dela! Por enquanto, o que posso tentar fazer é traduzir parte do material que eu tenho dos workshops e treinamentos. Pelo menos dessa forma poderei fazer vocês, leitores, se interessarem pelo MoE e talvez se apaixonarem por ele como aconteceu comigo!

Escrito em 10/11/11, revisado em 14/08/17

 
2017-08-22T14:55:28+00:00